domingo, 1 de julho de 2012

TODO DIA



"(...)E quando andava em meio aos outros, tanto se escondia, pois se sentia despido a tal ponto que qualquer olhar lhe atravessaria a carne e enxergaria o outro lado... Os amigos lhe vestia a transparência com tintas das mais diversas influências, e tanto lhes falava para responder as exigências que as tintas lhe tomava... Quando quieto, sem ninguém a vista as tintas se esvaiam, a nudez se contraia na carne que se fechava. Então aquelas sensações apareciam e ditavam outros critérios e repetiam no coro de uma aceleração cardíaca 'agora todos morrem, tudo faz sentido: não há sentido algum'!
Tu é tantos, que não é nenhum na carne fechada. O universo acima então o mira com enormes olhos luminosos e tudo o que era grande se torna pequeno e insustentável e isso lhe permite vida, só assim lhe é possível morrer, só assim a procura cessa, só assim a procura começa... E o que é de direito vem, depois o descanso.
Apenas só ele consegue, apenas só a carne fecha e o universo abre os olhos. E toda a sua necessidade pela gente, pelo outro, tem sua resposta... só no contraste poderia sentir o coro de sua solidão, só na morte de toda madrugada é que encontrava vida, anseios, desespero, encanto.... todo dia"

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