quinta-feira, 12 de julho de 2012

O espírito e a Borboleta


“(...) Ela tentava entender o que havia de diferente. Talvez fossem as pessoas que mudaram as vestimentas, ou quem sabe o curso das estações ou até mesmo alguma coisa no cheiro... Mas não conseguia perceber o quê. Era como se ali não fosse seu lar, sua família, seus amigos, seu trabalho, sua vida. Sentiu medo de estar enlouquecendo, não entendia se as coisas realmente mudaram, ou se foi ela, ou ambos.
Certo dia, alguém lhe perguntou se havia algo errado, pois estava distante... Ela apenas respondeu – Eu não sei. E não sabia, achava que era o mal de ser humana, pensar, pensar e se perceber como parte de um sem sentido, e estava tão preocupada em pensar, em seguir o que lhe foi determinado, que se esqueceu de sentir, de impulso, de vibração. Mas agora as coisas estavam diferentes, pois estava sentido... Era isso o que a incomodava, era isso que lhe fazia desvanecer, ela sentia e quando sentiu, não só ela, mas tudo em volta mudou.
Naquele dia ela se preparava para sair, se olhava no espelho enquanto passava um batom nos lábios e pensava em como tudo isso era ridículo e se riu... Talvez ele se apaixonasse pela cor de seus lábios, pelas palavras ensaiadas durante a noite anterior, mas será que se apaixonaria pela pessoa por detrás daquele batom?
Talvez – pensava ela – toda essa estranheza seja causada por ele, mesmo que ele não saiba, mesmo que não tenha feito nada além daquele sorriso que fez com que o mundo apagasse, que fez com que eu parasse de pensar e começasse a sentir e então tudo está diferente. De repente era vida, era movimento, havia calor, não sabia se era bom ou ruim, e nem havia ele como realização, se não como sinal de mudança, de reconhecimento...”

SANTOS, T.F.




2 comentários:

  1. um vazio aumenta
    O buraco negro da vida
    A aproximação certa, de uma sentença
    Os ódios e os amores perto do balé da morte
    Sentimentos opostos que se chocam
    Quando se colocam ante a um muro
    Mas esse muro não está lá
    Um muro invisivel de nossa própria identidade
    O último suspiro é irremediavel
    A última pétala brotando da mais bela rosa
    Vida segue rumo ao desconhecido
    Medo, a ignorância provoca medo
    A morte é a única certeza
    De uma vida de incertezas
    O choro é o meu lamento
    A hora marcada , é a hora de tudo

    veja aew er meu http://textosepensamentos02foreveralone.blogspot.com.br/search?updated-max=2011-07-24T13:38:00-07:00&max-results=7&start=28&by-date=false

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  2. Lindo, cara. Parabéns! Darei uma lida no teu blog! abraço

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