sábado, 19 de novembro de 2011

A Fotografia em Preto&Branco


A fotografia nasceu em inícios do século XIX e, desde então, sofreu alterações profundíssimas que a conduziram através de um caminho que se traduziu em maior qualidade e economia de meios. Desde o velhinho daguerreótipo – que se caracteriza por ser um processo fotográfico, mas sem imagem negativa – até às modernas fotografias coloridas digitais da actualidade, muitas transformações ocorreram. Pelo caminho ficaram os rolos, as Kodacs, a Polaroid, os cubos mágicos, entre muitas outras pérolas do mundo mágico da fotografia.

A fotografia a preto e branco, por estranho que possa parecer, não foi erradicada pelo advento da cor; muito pelo contrário, ganhou raízes mais fortes em contraponto com esta e compreendeu-se que nunca poderia desaparecer, pois possuía características que a fotografia colorida não possui – mesmo a digital.

O que a torna, então, tão diferente e resistente à passagem do tempo, das modas e das vontades? A fotografia P/B é amplamente usada por fotógrafos profissionais e amadores nas mais diversas situações, nomeadamente na captação de imagens que representem rostos envelhecidos, mulheres, crianças, nus, paisagens e, ainda, casamentos. Porquê esta selecção? Os itens enumerados representam, todos eles, situações que envolvem, de alguma forma, romantismo, saudade, poesia, sensualidade, enigma. E o preto e branco serve simplesmente como meio mais célere para se conseguir obter o efeito desejado. A ausência de cromatismo «empurra» o observador para outros aspectos da fotografia e obriga-o a um olhar mais demorado sobre, por exemplo, a sensualidade que esta exala, os jogos de luz e sombra provocados pelo objecto/ser fotografado, as texturas que assim ganham uma maior evidência, etc.
 
Por outro lado, os filmes P/B possuem uma maior riqueza de tons, comparativamente aos melhores filmes coloridos – significa isto que
a realidade se torna, assim, mais real! O P/B também se tornou, pelo tempo em que a chegada da cor o asfixiou, numa opção alternativa, marginal, artística. Esta arte tem origem na observação de uma imagem que, por estar captada a preto e branco, se torna mais abstracta e, logo, obriga o espectador a um maior esforço de conversão da imagem em algo diferente – poesia fotográfica. A ausência de cores desperta também um maior saudosismo e uma paleta monocromática sugere intemporalidade, eternidade e infinito. Talvez por estas razões, tantos casamentos do século XXI tenham vindo a ser fotografados em P/B: todos os noivos desejam que o seu casamento seja eterno e nada melhor do que a fotografia a preto e branco para captar momentos que ficarão gravados em papel durante mais de 200 anos – o tempo de duração de uma fotografia P/B (as coloridas duram apenas 100 anos).

Aposte no P/B e capte imagens inesquecíveis!

Autor:Isabel Rodrigues



 A fotografia é algo que encanta pela riqueza de idéias e sentimentos que nos proporcionam através da captação de uma camada da realidade vislumbrada pelo fotografo, é o estático em movimento num exalar constante de novas impressões..... Gosto bastante das fotografias em preto e branco pela atmosfera que essa modalidade imprime... então Só por Hoje, deixo que as fotografias falem pois como Maleski disse "O escritor e o fotógrafo utilizam as mesmas ferramentas, mas enquanto um descreve uma imagem com mil palavras o outro descreve mil palavras com uma imagem."






Picasso diz que "Quando vemos o que pode ser expresso pela foto, nos damos conta de que tudo aquilo não pode mais ser  preocupação da pintura...
Por que o artista insistiria em realizar aquilo que, com a  ajuda da objetiva, pode ser tão bem feito? 
Seria uma loucura, não? A fotografia chegou na hora certa  para liberar a pintura de qualquer literatura, anedota e 
arte do tema. Em todo caso, um certo aspecto do tema pertence, daqui por diante, ao campo da fotografia... 
Não deveriam os pintores aproveitar sua liberdade reconquistada para fazer outra coisa? Seria muito curioso fixar fotograficamente, não as etapas de um quadro, mas suas metamorfoses. Talvez percebêssemos por quais caminhos o cérebro envereda para a concretização de seus sonhos. Entretanto, é realmente muito curioso observar que, no fundo, o quadro não muda, que a visão inicial permanece quase intacta, apesar das aparências. Muitas vezes vejo uma luz e uma sombra que pus no meu quadro e empenho-me em quebrá-las, acrescentando uma cor que crie um efeito contrário. Quando essa obra é fotografada, percebo que aquilo que havia introduzido para corrigir minha primeira visão desaparece, e que, definitivamente, a imagem dada pela fotografia corresponde a minha primeira visão, antes das transformações trazidas contra minha vontade.''






Ivan Lima diz que “A fotografia, antes de tudo é um testemunho. Quando se aponta a câmara para algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-se um tema e conta-se uma história, cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de lê-Ias". Amigos meus que fotografam sabem bem do capital artístico das fotografias, as fotos a seguir são de um amigo que quer dizer muito com tudo aquilo que ele capta... São de Antonio Ferreira...









"Fotografar é desenhar, utilizando a luz como pincel, a natureza como tinta e o filme como tela, podendo assim imortalizar aquela imagem ou momento escolhido, enquanto o mundo segue em contínua mutação.
O pôr- do-sol é um momento fugaz, porém mágico , onde a luz que nós permite ver e manifestar a vida, se expõe como entidade e mostra a sua "cara", numa linda bola de fogo, suspensa no horizonte, podendo ter várias molduras e múltiplas tonalidades. Basta querer enxergar, e quem sabe um dia finalmente ver, que tudo, inclusive nós mesmos, é fruto desta luz, e que dela viemos e para ela retornaremos." 
(Dr. Dimos Iksilara)


"Fotografia é o retrato de um côncavo, de uma falta, de uma ausência."

(Clarice Lispector)




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